Brazilian Metallurgy, Materials and Mining Association

ABM Week 2024 discute o papel dos coprodutos siderúrgicos na Economia Circular

Mesa-redonda reuniu especialistas de grandes empresas na intenção de dialogar sobre o estágio de transição circular na indústria, propondo soluções e aplicabilidade para os coprodutos siderúrgicos

Fonte: assessoria ABM

Visando o futuro da economia circular, que tem como base os princípios de eliminação de resíduos e poluição, manutenção dos produtos e dos materiais em uso e regeneração dos sistemas de sustentabilidade, muito se tem discutido sobre manter os coprodutos siderúrgicos no ciclo produtivo da empresa, e esse foi o tema central da primeira mesa-redonda do segundo dia da 8ª ABM Week, no ProMagno Centro de Eventos, em São Paulo.

Realizada na manhã do dia 4 de setembro, no Auditorium Vale-Descarbonização, a mesa-redonda O papel dos coprodutos siderúrgicos na Economia Circular foi organizada pela Comissão Técnica Economia Circular e Sustentabilidade e coordenada e moderada pelo Consultor Luiz Cláudio Pinto Oliveira.

A mesa-redonda teve a participação de Ricardo Filipe Teixeira Moreira, Especialista em Coprodutos Siderúrgicos da ArcelorMittal Tubarão; Diego Roberto da Silva Costa, Especialista de Coprodutos da Ternium; Isabella Tassia Arruda Melo, Analista de Meio Ambiente da Usiminas; e Johannes Rieger, Area Manager da K1-MET GmbH. Durante o evento, a fim de desmistificar que os coprodutos prejudicam o meio-ambiente, os especialistas apresentaram soluções práticas e estudos de caso feitos em seus ambientes de trabalho para transformar o resíduo em um Coproduto que tenha a mesma rigidez tecnológica do produto, comprovando que é algo viável. 

 

Ricardo Filipe Teixeira, Especialista em Coprodutos Siderúrgicos da ArcelorMittal Tubarão 

 

Ricardo Filipe Teixeira Moreira, da ArcelorMittal, abriu o evento com o tema “Sustentabilidade & Criação de Valor”, expondo que o mundo do Coproduto é muito amigável e precisa ser reconhecido. “Passou da hora de falarmos sobre o conceito de Coproduto. Precisamos tirar nossos propósitos do papel e transformarmos em valores de negócios por meio de pessoas, processos e conhecimento”, afirmou o Especialista em Coprodutos Siderúrgicos da ArcelorMittal Tubarão.

O palestrante destacou que, na ArcelorMittal, os materiais gerados na produção do aço se transformam em agregados siderúrgicos, que são Coprodutos com valor técnico e econômico, que podem substituir recursos naturais não renováveis utilizados na construção civil e em outros setores. Com essa transformação, eles têm ganho ambiental, redução de custos e geração de novos negócios.

 

Diego Roberto da Silva Costa, Especialista de Coprodutos da Ternium

 

Em sua contribuição, Diego Roberto da Silva Costa, da Ternium, apresentou uma das estratégias da Ternium Brasil, que é a de desenvolver continuamente tecnologias para transformar resíduos da produção de aço, que são os coprodutos, em matéria-prima para reciclagem interna ou para utilização em outras indústrias. 

Como exemplo, ele expôs o estudo feito pela empresa, junto a uma faculdade federal, que tem como objetivo a criação de fertilizantes. Segundo os dados apresentados, 85% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados e um dos programas do governo é aumentar essa produção nacional. A meta é a de que em 2050, 50% dos fertilizantes sejam produzidos nas terras brasileiras. “Essa é uma ótima oportunidade para as metalúrgicas e siderúrgicas ampliarem suas pesquisas, desenvolvimento e inovação nesse setor. Na Ternium, a ambição é que os fertilizantes sejam colocados em prática até o ano que vem, a princípio, no estado do Rio de Janeiro”, disse o especialista.

 

Isabella Tassia Arruda Melo, Analista de Meio Ambiente da Usiminas

 

Isabella Tassia Arruda Melo, da Usiminas, explanou sobre um estudo nos solos de Minas Gerais durante 18 meses. De acordo com a profissional, a intenção foi comprovar que o agregado siderúrgico não causa nenhum risco para os trabalhadores nem para os moradores da região que fazem uso do solo, e muito menos para o meio ambiente, desmistificando os pontos prejudiciais que acreditava-se, até então, que vinha dos Coprodutos.

“O estudo de avaliação dos riscos ecológicos e para a saúde humana concluiu que o risco ambiental está muito abaixo dos valores de referência, indicando praticamente nenhum risco para os cenários avaliados. Não foram detectadas alterações na qualidade das águas superficiais ou nos sedimentos, e não houve potencial de mobilização para as águas subterrâneas”, assegurou a analista de meio-ambiente da Usiminas. 

Além disso, segundo o estudo, alumínio, bário, cromo e cádmio ficam retidos no agregado e no solo abaixo do pátio de aplicação e armazenamento. O agregado, devido à sua estabilidade geoquímica em ambiente neutro a alcalino, apresenta baixo potencial de mobilização destes elementos. O cromo encontrado em amostras de solo abaixo do agregado é originário do substrato geológico e, apesar de algum cromo do agregado, a disponibilidade para os seres humanos é muito baixa, não representando nenhum risco significativo à saúde. A mesma conclusão se aplica aos receptores ecológicos.

 

Johannes Rieger, Area Manager da K1-MET GmbH

 

Johannes Rieger, da K1-MET GmbH, participou do evento por chamada de vídeo, por estar na Áustria. Em termos de recursos, ele apresentou oportunidades de avançar na economia circular utilizando empresas que têm muitos resíduos e que geram muitos Coprodutos. O profissional falou logo depois de Isabella e aproveitou a deixa para pontuar, mais uma vez, a importância dos Coprodutos. “Nós, que fazemos parte desse mundo do aço, precisamos valorizar e destacar, sempre que possível, o lado da pesquisa, pois só assim vamos conseguir comprovar que existem soluções melhores para lidar com coprodutos na reciclagem”, ressaltou. Johannes finalizou a apresentação com um apelo: “As empresas precisam se unir, nós precisamos dar as mãos e estendê-las às agências ambientais. Posso contar com vocês?”.

 

Sobre a 8ª edição da ABM Week

A ABM Week 8ª edição tem a ArcelorMittal como anfitriã e conta com o patrocínio das seguintes empresas: DME Engenharia, Gerdau, Vale, CBMM, Gecal, Primetals, Shinagawa, SMS group / Paul Wurth / Vetta, Ternium, Usiminas, White Martins, HWI - a member of Calderys, Carboox, Ibar, Vesuvius, Villares Metals, Aperam, Danieli, Kofre, PSI, Reframax, RHI Magnesita, Beda / Lechler, BRC, Bruker, Clariant, Cordstrap, D&M, DHM Group, DITH Refractories, GMI, Harsco, IMS, Kuttner, Lhoist, Magna, Nalco Water, Phoenix, Polytec, RIP, Russula, Sinomach, Tecnosulfur, Yellow Solutions, ABB, AçoKorte, Alkegen, Atomat, Bautek, Cisdi, Coalician Carbon, Dassault Systemes, Data Engenharia, Densit, Direxa Engineering, Eirich, ElectraClean, Enacom, ESW, Evonik, Fluke, Fosbel, GE Vernova, Hastec, Heraeus Electro-Nite, Ingersoll Rand, Intelbras, Irle Rolls, Köppern, Lumar Metals, Maud Group, Nouryon, Rimac, Serthi Hidráulica, Sinosteel, Smarttech, Solenis, Spectraflow, Spraying Systems, SunCoke Energy, Timken, TSR Mill Rolls, Vamtec Group, Veolia, Vika Controls, Vixteam, Weir e ZwickRoell.

Serviço | Mesa-redonda: O papel dos coprodutos siderúrgicos na Economia Circular – 8ª edição da ABM Week
Data: 4 de setembro de 2024
Local: Auditorium Vale-Descarbonização, Pro Magno Centro de Eventos - Av. Profa. Ida Kolb, nº 513, Jardim das Laranjeiras, São Paulo - SP
Mais informações: https://www.abmbrasil.com.br/por/evento/abm-week-8-edicao

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