Resumo:
O coque siderúrgico é matéria-prima fundamental utilizada na produção de aço. No entanto, o aquecimento global provocou uma revisão do papel das coquerias, uma vez que as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) podem atingir
2,3 kg CO2/kg de aço. Mesmo assim, em 2052 as tecnologias de captura de carbono e substituição de matérias-primas terão participação equivalente à dos processos verdes (15% cada), enquanto os processos convencionais ainda corresponderão a 40% da produção global de aço. Por causa disso, o estudo de materiais de substituição na produção de coque tornou-se cada vez mais importante. Muito tem sido feito em testes com plásticos, madeira, serragem, alcatrão, óleos, carvão pulverizado, carvão vegetal e outros; destes, apenas os plásticos e o alcatrão foram testados com sucesso em escala industrial, com taxas de substituição em torno de 1% w/w (base seca). No Brasil, os desafios na implementação desses processos em escala industrial incluem falta de financiamento para pesquisa, disponibilidade de matérias-primas, logística e manuseio de materiais. Além dos materiais mencionados, podem ser utilizados também resíduos de cana-de-açúcar (palha, melaço e bagaço), pois são abundantes e poderiam mitigar problemas de logística e disponibilidade e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de Escopo 2. Além disso, as questões de tratamento de gases precisam ser estudadas a partir de testes industriais. Para isso, a adição de uma instalação de briquetagem ou carregamento prensado permitirá a mistura adequada e homogênea das matérias-primas antes de alimentá-las nos fornos, resolvendo os problemas no manuseio de materiais e permitindo a realização de testes e operação em escala industrial.