Por: pericles guimarães oliveira aguiar (Aperam South America), Filipe Soares Pontes (Aperam South America), José Roberto Simão (Aperam South America), Emagston Martins da Costa (Aperam South America), Roberto Salles de Almeida (Aperam South America), Victoria C. Velozo Meireles (Aperam South America), Raphael F. Miranda de Oliveira (Aperam South America,)
Resumo:
O Alto-Forno, como qualquer outro equipamento, necessita de manutenções preventivas para garantia da continuidade da operação de forma segura e mitigando os riscos de paradas emergenciais. Por se tratar de um equipamento que trabalha à pressão positiva, altas temperaturas e que gera gases com risco de explosão, alguns equipamentos só podem ser acessados após interromper a marcha do Alto-Forno. Após a parada do Alto-Forno, o input de energia gerado pelo ar quente soprado e pela reações exotérmicas são interrompidos e o reator perde energia, gerando um déficit de calor ao longo do tempo de parada. Para compensar a perda de energia, são elaboradas cargas com combustível extra, garantido assim a recuperação térmica do reator e a retomada das reações nas diversas zonas internas.
Os impactos causados pelo combustível extra são refletidos na baixa produtividade e no alto percentual de silício do gusa, extrapolando a faixa limite de qualidade, aumentando o sucateamento e limitando a oferta de gusa para Aciaria. Para garantir o desempenho do Alto-Forno 2, são programadas 4 paradas durante o ano, no intervalo de 90 dias, com duração de 48 horas ou 96 horas, podendo chegar a 120 horas.
Objetivando reduzir os impactos causados pela parada e retorno em marcha do Alto-Forno 2. Em 2017 foi iniciado um trabalho com foco na curva de vazão de ar quente, combustível extra, basicidade binária da escória, tempo de fusão e operação da área de corrida durante o período de parada e retorno em marcha do reator.
O trabalho permitiu reduzir o percentual de silício médio no gusa de 2% (2015) para 1,01% (2021), o desvio padrão de 1,20% (2015) para 0,68% (2021) e o pico da curva do percentual de silício de 4,84% (2015) para 2,92% (2021). A melhora na qualidade do gusa refletiu na redução do sucateamento, de 27% da produção calculada (2015) para 6% (2021) e no aumento da entrega de gusa para Aciaria, 72% da produção calculada (2015) para 88% (2021). Para apurar a efetividade das ações e os resultados obtidos, não foram consideradas as paradas emergenciais